quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Índia: Activista anticorrupção, em greve da fome, gerou protestos gigantescos


O activista indiano anticorrupção, cuja greve de fome levou milhões a promover os maiores protestos do país nas últimas décadas mostrou-se pronto, este domingo, a negociar para acabar com um impasse com o governo.

A declaração de Anna Hazare foi feita um dia após o primeiro-ministro, Manmohan Singh, dizer que o governo estava aberto para discutir as exigências do activista de 74 anos, depois de ele ter sido preso no início da semana passada.

Pelo menos 50 mil pessoas reuniram-se ontem, domingo, para apoiar Hazare, que exige uma lei anticorrupção no país. Mas a insistência de Hazare de que o governo apresente um projecto de lei na terça-feira e que o aprove até ao final do mês provocou críticas de que o seu grupo estaria a querer ditar a política ao parlamento eleito e pressionando para que ele negocie.

"Nós ainda não fechámos a porta do diálogo. Somente através do diálogo as questões podem ser resolvidas," disse Hazare num discurso na capital ao sexto dia de jejum. Os manifestantes gritavam: "Anna, continue a lutar, estamos consigo!"

A campanha Hazare conta com o apoio de milhões de indianos, especialmente oriundos das classes médias cansadas dos casos de subornos e de uma série de escândalos de corrupção que atingem políticos e empresários da terceira maior economia da Ásia.

Mas os críticos da greve de fome Hazare, que incluem a romancista e ativista Arundhati Roy, dizem que ele está a criar um precedente ao tornar as instituições democráticas reféns da sua vontade.

"O perigo é que se nos livrarmos dessas instituições e dissermos que as discussões acontecerão fora do Parlamento, amanhã pode haver uma mobilização de um grupo extremista qualquer," disse Roy à CNN.

A luta encetada por Anna Hazare tem sido acompanhada com muita atenção pelos cristãos na Índia, também eles fortemente empenhados co combate contra a corrupção. Ainda recentemente, D. Vincent Concessao, arcebispo de Nova Deli, explicou numa nota enviada à agência Fides as razões do compromisso dos cristãos nesta luta.

“As populações mais atingidas pela corrupção são os pobres, porque a corrupção não somente torna para eles inacessível os serviços públicos, mas não permite nem mesmo de realizar as políticas necessárias para a sua promoção social”.

Além disso, os cristãos da Índia pretendem colocar nesta campanha motivações morais provenientes da fé cristã: “A Bíblia condena a corrupção – prossegue o Arcebispo – porque ela impede ao homem de ver o que é justo e atrapalha a causa dos inocentes”.

Para os cristãos, é urgente também rever o sistema legal e penal, hoje totalmente inadequado, para condenar os que se mancham de crime de corrupção, para fazer com que tal crime não fique sem punição. Por isto, como diz D. Concessao, “todos os cristãos da Índia levantarão a voz contra a corrupção”, para construir uma sociedade mais justa e fraterna.

Departamento de Informação da Fundação AIS

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