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«Numa tarde de Novembro, fria e triste. O carro em que ia a Sra. Stephenson parou diante de um armazém de roupas.
Um rapazinho, com um molho de jornais debaixo do braço, contemplava atentamente as peças de roupa e calçado, expostas na montra. A senhora fixou o olhar do pequenino. Chamou-lhe a atenção o seu olhar angustiado e pareceu-lhe que mexia os lábios como se estivesse a rezar. Desceu do automóvel e aproximou-se do pequeno ardina. Notou que os seus sapatos mal tinham solas e que a roupa estava velha e rota. Movida de compaixão, disse-lhe:
- Vem comigo, menino. Queres um fato?
- Queria, sim.
Entrou com o pequeno na loja e disse:
- Por favor, uns sapatos para este rapaz e também um fato novo. No fim apresente-me a conta.
O garoto deixou-se calçar e vestir, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Não estranhava nada de quanto fazia aquela senhora desconhecida, que também o olhava com simpatia e carinho.
Tinha a impressão de que o pequeno lhe queria fazer uma pergunta. Quando este, finalmente, ficou pronto e arranjado, o caixeiro disse-lhe:
- Estás um lindo rapaz, olha. E deu-Ihe um espelho.
O pequeno pareceu contente.
A senhora pensou: Agora vai-me agradecer, mas enganou-se. O rapaz pegou-Ihe na mão direita com delicadeza e perguntou-Ihe, com um tom de confiança:
- Você é a Mãe de Jesus?
A Sra. Stephenson ficou tão surpreendida, que por instantes nem soube responder.
- Porque me fazes essa pergunta? O rapazinho, com uma candura admirável, exprimiu-se assim:
- Porque Mike McKarthi disse-me que a Mãe de Jesus é muito boa. Aconselhou-me a que lhe pedisse tudo de que precisasse, porque ela ouve-me ainda que fale baixinho. Quando a senhora se aproximou da montra, eu estava a pedir à Mãe de Jesus que me desse um par de sapatos e um fato. Você é a Mãe de Jesus?
- Não, meu menino. Mas foi Ela que me fez aqui parar.
A senhora beijou o menino e levou-o consigo.
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