quinta-feira, 18 de julho de 2013

A pureza da Intenção

Não é tanto a duração de uma oração, mas o fervor com a qual é rezada que agrada a DEUS Todo-Poderoso e toca seu Coração. Mais vale uma única Ave Maria rezada com devoção e fé, que cento e cinquenta rezadas distraidamente.
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A maioria dos católicos reza o Rosário, todos os quinze mistérios ou um Terço, ou ao menos, algumas dezenas. Então, porque será que tão poucos, abandonam seus pecados e progridem na vida espiritual? Com certeza deve ser porque não rezam como se deve! É necessário pensar bem em como se deve orar, se realmente queremos agradar a DEUS e nos tornarmos santos.
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Para que se reze o Rosário com fruto é necessário estar em estado de graça ou ao menos que se esteja completamente determinado a abandonar o pecado mortal. Isto nós sabemos por que os teólogos nos ensinam que as boas obras e as orações são obras mortas, caso sejam feitas em estado de pecado mortal.
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Elas não são agradáveis a DEUS, nem podem nos ajudar a ganhar a vida eterna. É por isto que o livro do eclesiástico diz: “O louvor não tem beleza na boca do pecador”(15,9). Louvores a DEUS, a Ave Maria e o PAI Nosso não são do agrado de DEUS, se forem rezadas por pecadores não arrependidos.
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Nosso SENHOR disse: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Mc 7,6) É como se Ele estivesse dizendo:
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“Aqueles que se inscrevem na Minha Confraria e rezam o Rosário todo dia (até mesmo as quinze dezenas), mas sem se arrependerem de seus pecados, Me honram com os lábios apenas, mais seus corações estão longe de Mim.” .
Eu disse que para rezar o Rosário, com proveito, devemos estar em estado de graça “ou pelo menos com firme resolução de deixar de cometer pecados, principalmente os pecados mortais” em primeiro lugar, porque é certo que DEUS só houve as orações dos que estão em estado de graça e seguir-se ia então que as pessoas em estado de pecado mortal não deveriam rezar.
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Este ensino é errôneo e é condenado pela santa Mãe Igreja, porque é certo que os pecadores necessitam muito mais rezar que as pessoas justas. Seria um doutrina horrível, pois é verdade que seria fútil e inútil dizer ao pecador para rezar por inteiro, ou mesmo em parte o seu Rosário porque isto nunca o ajudaria.
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Em segundo lugar, porque se eles, os pecadores ingressassem em uma confraria e rezarem o Rosário ou outra, mas não tendo a clara intenção de abandonar o pecado, eles fazem parte dos falsos devotos.
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Estes devotos impenitentes, escondidos sob um manto, usando um escapulário e com o Rosário na mão gritam: “Ave Maria, boa Mãe, Santa Maria!…”
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E ao mesmo tempo, por seus pecados, eles crucificam Nosso Senhor JESUS CRISTO dilacerando sua carne outra vez. É uma grande tragédia, pois mesmo dentro das santíssimas Confrarias de Nossa Senhora, almas se precipitaram no fogo do Inferno.
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Nós sinceramente aconselhamos a todos a rezar o Santíssimo Rosário:
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- aos justos, a fim de que perseverem e cresçam na graça de DEUS;
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- aos pecadores, para que saiam dos seus pecados.
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Mas não agrada, nem pode agradar a DEUS, que exortemos a um pecador que faça manto protetor da Santíssima Virgem um manto de condenação para ocultar seus crimes aos olhos públicos. O Rosário, que é a cura para todos os nossos males, seria trocado por um veneno mortal e funesto. “A corrupção do melhor se torna o pior!”
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O sábio Cardeal Hugo afirma: “É necessário ser puro como um Anjo para se aproximar da Santíssima Virgem e rezar a Saudação Angélica.”
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Um dia, Nossa Senhora apareceu a um homem imoral dentro de um cesto cheio de frutos, mas o próprio cesto estava cheios de imundícies. O homem teve horror do que vira, e Nossa Senhora disse: “Tu me serves assim! Apresentas-me belíssimas rosas num cesto imundo. Julgas tu mesmo que posso aceitar presentes desta espécie?”
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44º Capitulo – Extraído do Livro “O Segredo do Rosário” São Luiz M. Grignion de Montfort
Fonte: Católicos Tradicionais
Fonte: ADF

domingo, 14 de julho de 2013

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Rainha Santa Isabel


Filha do rei D. Pedro II de Aragão e da rainha D. Constança. Pensa-se que tenha nascido em princípios de 1270. Em Barcelona? Não sabemos ao certo.

Casou-se em 1282 com D. Dinis, rei de Portugal. Neta de Jaime I o Conquistador, bisneta de Frederico II da Alemanha, deles herdou a energia tenaz e a força de alma. Mas caracterizava-se principalmente pela bondade imensa e pelo espírito equilibrado e justo de Santa Isabel da Hungria, sua parente próxima. Era mulher cheia de doçura e de bondade. Gostava da vida interior e do trabalho silencioso, jejuava dias sem conta ao longo do ano, comovia-se com os que erravam, rezava pelo Livro de Horas, cosia e fazia bordados na companhia das damas e distribuía esmolas aos necessitados.

Aos 20 anos foi mãe de D. Afonso IV, o Bravo, que foi a sua cruz. Caso único na 1ª dinastia portuguesa, a vida deste homem foi pura e nisto se vê influência de sua mãe.

Era discreta esta jovem rainha que obrigava o filho a obedecer ao pai (ele era o rei), que fingia ignorar as andanças do rei e que criava os seus filhos ilegítimos. Na política peninsular de então, o seu poder moderador fez-se sentir profundamente. Serviu de juiz nas rixas entre D. Dinis, seu irmão e seu turbulento filho.

Após a morte de D. Dinis, vestiu o hábito de Santa Clara. Construiu mosteiros e hospitais. Morreu em Estremoz a 4 de Julho de 1336. Foi canonizada a 25 de Maio de 1625 pelo papa Urbano VIII. Portugal venera-a com a antonomásia de Rainha Santa.




sexta-feira, 14 de junho de 2013

Nossa Senhora e a velhinha pecadora


Lê-se na vida de sóror Catarina de S. Agostinho que havia, no lugar onde morava esta serva de Deus, uma mulher chamada Maria. A infeliz levara uma vida de pecados durante a mocidade. E já envelhecida, de tal modo obstinara-se na sua perversidade, que fora expulsa pelos habitantes da cidade, e obrigada a viver numa gruta abandonada. Aí morreu finalmente, sem os sacramentos e sem a assistência de ninguém.

Sepultaram-na no campo como um bruto qualquer. Sóror Catarina costumava recomendar a Deus com grande devoção as almas de todos os falecidos. Mas, ao saber da terrível morte da pobre velha, não cuidou de rezar por ela, pensando, como os outros, que já estivesse condenada.
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Eis que, passados quatro anos, em certo dia se lhe apresentou diante uma alma do purgatório, que lhe dizia:
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- Sóror Catarina, que triste sorte a minha! Tu encomendas a Deus as almas de todos os que morrem e só da minha alma não tens tido compaixão?
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– Mas quem és tu? – disse a serva de Deus.– Eu sou, – respondeu ela – aquela pobre Maria que morreu na gruta.
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– E como te salvaste? – replicou sóror Catarina. – Sim, eu me salvei por misericórdia da Virgem Maria.
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– E como?
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– Quando eu me vi próxima à morte estando justamente tão cheia de pecados e desamparada de todos, me voltei para a Mãe de Deus e lhe disse: Senhora, vós sois o refúgio dos desamparados. Aqui estou neste estado abandonada por todos. Vós sois a minha única esperança, só vós me podeis valer; tende piedade de mim.
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Então a Santíssima Virgem obteve-me a graça de eu poder fazer um ato de contrição; depois morri e fui salva. Além disso, esta minha Rainha alcançou-me a graça de ser abreviada minha pena por sofrimentos mais intensos, porém menos demorados. Só necessito de algumas missas para me livrar mais depressa do purgatório. Rogo-te que as faças celebrar. Em troca, prometo-te pedir a Deus e à Santíssima Virgem por ti.
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Sóror Catarina logo fez celebrar as missas. Depois de poucos dias lhe tornou a aparecer aquela alma mais resplandecente do que o sol e lhe disse:
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- Agora vou para o paraíso cantar as misericórdias do Senhor e rogar por ti.
Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria
Extraído do blog Escrito dos santos
Fonte ADF

sábado, 1 de junho de 2013

Oração que Santa Teresinha compôs no dia da sua profissão

(ela trazia sempre sobre o coração)


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“Ó Jesus, meu Divino Esposo! Que nunca eu perca a segunda veste do meu batismo. Arrebata-me antes que eu cometa a mais leve falta voluntária. Que não procure e não encontre nunca senão a ti somente; que as criaturas não sejam nada para mim e eu não seja nada para elas, mas tu, Jesus, sejas tudo!…
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Que as coisas da terra nunca possam perturbar a minha alma, nada perturbe a minha paz; Jesus, eu não te peço senão a paz, e também o amor, o amor infinito, sem outro limite além de ti, o amor que já não seja mais eu mesma e sim tu, meu Jesus!”.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Jornalista vai ser beatificado



Lolo, jornalista, vai ser beatificado
Foi reconhecido um milagre atribuído à intercessão de Manuel Lozano Garrido
Com a aprovação do decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão do jornalista Manuel Lozano Garrido, conhecido como “Lolo”, estão abertas as portas para a sua beatificação.
O milagre aconteceu em 1972 com um menino de dois anos que se encontrava em estado gravíssimo de saúde (septicemia por pseudomona, após duas cirurgias e com vómitos fecalóides). Actualmente é árbitro internacional de ténis.
Lolo nasceu em Linhares, no dia 9 de Agosto de 1920 e morreu na mesma cidade, no dia 3 de Novembro de 1971.
Membro da Acção Católica, quando ainda era adolescente, Lolo distribuía a Comunhão a pessoas que sofriam encarceramento na plena guerra civil espanhola. Ele próprio foi encarcerado.
Em 1942 começou a sofrer da doença que em apenas um ano o levaria à invalidez absoluta. Em 1962 ficou cego.
Desenvolveu o seu trabalho profissional como jornalista, no jornal “Ya”, nas revistas “Telva”, “Vida Nueva” e na agência “Prensa Associada”.
Apesar da sua doença, recebeu importantes reconhecimentos profissionais, como o “Prémio Bravo”.
Em 1956, fundou a revista “Sinai”, voltada para os doentes. Algumas das suas obras são “El sillón de ruedas” (primeiro livro, escrito em 1961); “Las estrellas se ven de noche” (obra póstuma) e “Cuentos en ‘la’ sostenido”.
No dia 17 de Dezembro de 2008, os restos mortais de Lolo foram levados a uma gruta da Virgem que existe numa horta do Mosteiro de Carmelitas de Linhares.
“Estava também ali aquele menino – agora homem – que ‘disponibilizou’ a sua grave doença a Deus para que resplandecesse o poder divino por intercessão de Lolo”.

domingo, 5 de maio de 2013

Mãe eu te amo!

domingo, 31 de março de 2013

RESSUSCITOU, ALÉLUIA!

sexta-feira, 29 de março de 2013

SEXTA FEIRA SANTA


A tarde de Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário.
A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João comtemplamos o mistério do crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado.
São João, teólogo e cronista da paixão nos leva a comtemplar o mistério da cruz de Cristo como uma solene liturgia. Tudo é digno, solene, simbólico em sua narração: cada palavra, cada gesto.
A densidade de seu Evangelho agora se faz mais eloqüente. E os títulos de Jesus compõem uma formosa Cristologia.
Jesus é Rei.
O diz o título da cruz, e o patíbulo é o trono onde ele reina. É a uma só vez, sacerdote e templo, com a túnica sem costura com que os soldados tiram a sorte.
É novo Adão junto à Mãe, nova Eva, Filho de Maria e Esposo da Igreja. É o sedento de Deus, o executor do testamento da Escritura. O Doador do Espírito. É o Cordeiro imaculado e imolado, o que não lhe romperam os ossos. É o Exaltado na cruz que tudo o atrai a si, quando os homens voltam a ele o olhar.
A Mãe estava ali, junto à Cruz. Não chegou de repente no Gólgota, desde que o discípulo amado a recordou em Caná, sem ter seguido passo a passo, com seu coração de Mãe no caminho de Jesus.
E agora está ali como mãe e discípula que seguiu em tudo a sorte de seu Filho, sinal de contradição como Ele, totalmente ao seu lado. Mas solene e majestosa como uma Mãe, a mãe de todos, a nova Eva, a mãe dos filhos dispersos que ela reúne junto à cruz de seu Filho.
Maternidade do coração, que infla com a espada de dor que a fecunda.
A palavra de seu Filho que prolonga sua maternidade até os confins infinitos de todos os homens. Mãe dos discípulos, dos irmãos de seu Filho. A maternidade de Maria tem o mesmo alcance da redenção de Jesus.
Maria comtempla e vive o mistério com a majestade de uma Esposa, ainda que com a imensa dor de uma Mãe.
São João a glorifica com a lembrança dessa maternidade. Último testamento de Jesus. Última dádiva. Segurança de uma presença materna em nossa vida, na de todos. Porque Maria é fiel à palavra:  
Eis aí o teu Filho.
Fonte: ascj

domingo, 17 de março de 2013

LEITURA II Filip 3, 8-14

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Considero todas as coisas como prejuízo, comparando-as com o bem supremo, que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei a todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar, não com a minha justiça que vem da Lei, mas com a que se recebe pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e se funda na fé. Assim poderei conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação nos seus sofrimentos, configurando-me à sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos. Não que eu tenha já chegado à meta, ou já tenha atingido a perfeição. Mas continuo a correr, para ver se a alcanço, uma vez que também fui alcançado por Cristo Jesus. Não penso, irmãos, que já o tenha conseguido. Só penso numa coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo Jesus.

sábado, 16 de março de 2013

QUEM É O NOVO PAPA



Jorge Mario Bergoglio, 77 anos, nasceu no bairro de Flores na grande Buenos Aires, em 17 de Dezembro de 1936. Depois de estudar para técnico em química escolheu o sacerdócio e entrou na Companhia de Jesus.
Estudou filosofia e teologia na Faculdade do Colégio Máximo de São José. Foi mestre de noviços e professor universitário de teologia, provincial dos jesuítas no seu país e presidente da Conferência Episcopal de 2005-2011. No dia 13 de Dezembro de 1969 foi ordenado sacerdote. Concluiu pós-graduação na Universidade de Alcalá de Henares e em 1986 completou a tese de doutorado na Alemanha. João Paulo II nomeou-o Cardeal em 2001.
Tem uma forte experiência pastoral, é conhecido por dizer a verdade com clareza. A sua página no Facebook tem mais de 37.000 Likes, mesmo não sendo ele quem a administra. Geralmente utiliza os meios públicos de transporte.
Não dá entrevistas. Os jornalistas tiram as declarações das suas homilias. Enfrentou fortemente as autoridades locais em questões como o aborto, matrimónio homossexual e a liberalização das drogas.
O cardeal primaz da Argentina sempre teve uma posição próxima das classes menos favorecidas. Recentemente, criticou os sacerdotes que se recusam a baptizar bebés nascidos fora do casamento, de acordo com informações da imprensa local.
Aos religiosos pediu "para testemunhar e demonstrar interesse pelo irmão”, porque a cultura do encontro "faz-nos irmãos, faz-nos filhos, e não membros de uma ONG ou prosélitos a favor de uma multinacional”.
Em várias ocasiões criticou fortemente a corrupção e o tráfico de seres humanos: "Cuida-se melhor de um cão do que desses escravos nossos”. "A escravidão é a ordem do dia, há crianças nas ruas há anos, não sei se mais ou menos, mas são muitos”.
Lembrou que "algumas meninas deixam de brincar com bonecas para entrar na prostituição porque foram roubadas, vendidas ou são vítimas do tráfico". Criticou o “limitar ou eliminar o valor supremo da vida, ignorando os direitos do nascituro: “o aborto nunca é uma solução”. Foi contra a liberalização da droga e pediu para que os jovens não acreditassem nos "mercadores da morte".
Advertiu que o seu país "não se sedimentou com delírios de grandeza desafiantes”, e convidou a ir "além das diferenças". Criticou a falta de "humildade" dos governantes e a "inconstância" como sendo falta de valor "que carece de alguma proposta."
Foi sempre relutante em receber cargos de algum peso na Cúria Romana, mas foi nomeado consultor da Pontifícia Comissão para a América Latina, membro da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; do Clero; dos Institutos de Vida Consagrada, Conselho pós-sinodal, e presidente do Pontifício Conselho para a Família.
A força da Igreja, disse o purpurado no Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, está na comunhão, e a sua debilidade está na divisão e na contraposição.
++ O Papa Francisco é o 266º Vigário de Cristo.
É ele que detém o depósito da Fé que deve proteger e transmitir sem adulterações ao mundo de hoje. Falar de um Papa tradicionalista, conservador ou progressista não tem nenhum sentido. O Papa é Papa que, continuando na fidelidade à Tradição, deve apresentá-la numa linguagem acessível ao homem do século XXI. A única atitude que podemos ter, é respeitar, obedecer e rezar.

Fonte: JAM

quarta-feira, 13 de março de 2013

AMENDOEIRAS EM FLOR PRENÚNCIO DE PRIMAVERA

Temeridade não é coragem

O dono de um sítio estava procurando um bom carroceiro para dirigir sua charrete. Vários candidatos se apresentaram. Antes quis submetê-los a um teste. Fez a mesma pergunta a todos:

- Vamos supor que tocando o animal, você percebesse um enorme buraco no meio da estrada. Até onde você chegaria com a charrete?

As respostas foram as mais diversas.

O primeiro respondeu:

- Eu teria coragem de chegar bem perto. Até uns dois metros.

- E eu chegaria mais perto ainda para verificar o tamanho do buraco – respondeu o segundo, pensando que o patrão queria testar a coragem deles.

O terceiro respondeu com muita modéstia:

- Não sei responder, porque nunca me coloquei numa situação tão perigosa. Mas penso que faria como sempre fiz: manter-me-ia o mais longe possível do perigo.

Este último agradou ao patrão. Nas mãos de um homem prudente sua vida e a do animal estariam mais seguras.

Temeridade não é coragem, mas imprudência.

Palavra de Deus: Quem ama o perigo, nele perecerá (Eclo 3,26)

Boletim do Padre Pelágio
Foto: Gustave Doree

sexta-feira, 8 de março de 2013


  • ‎08 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

    "A mulher foi feita da costela do homem, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do la...do para ser igual, debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada."
    (Maomé)

    "Mulher é mesmo interessante, mesmo brava é linda, mesmo alegre, chora, mesmo timida, comemora, mesmo apaixonada, ignora, mesmo fragil é poderosa!"
    (desconhecido)

    ORAÇÃO PELA MULHER

    "Obrigado SENHOR
    por teres criado no mundo a mulher
    E por tê-la enriquecido com preciosos dons:
    o carinho, a sensibilidade, a beleza,
    a ternura, a dedicação e o amor.
    Deste ao homem a graça de encontrar
    na mulher:uma amiga, irmã,
    companheira, esposa e mãe.
    Nela se processa o mistério da vida,
    sendo capaz de gerar,
    de trazer à luz filhos e filhas.
    Sem sua presença no mundo,
    o amor estaria fadado à extinção.
    E o mundo ficaria pobre e sem sentido.
    Perdoa-nos, SENHOR,
    por nem sempre sabermos reconhecer
    o verdadeiro valor da mulher,
    por muitas vezes a considerarmos objetos,
    sexo frágil e força de trabalho doméstico.
    Que também a mulher reconheça seu valor,
    sua dignidade e sua missão no mundo.
    Que ela não aceite ser instrumentalizada
    nem banalizada no seu corpo e nos seus
    sentimentos.
    Que no corpo e na alma de cada mulher,
    possamos continuar encontrando os sinais
    de MÃE que nela plantaste."
    (Frei Zeca)

    AMÉM!! AMÉM!!! AMÉM!!!

    FELIZ DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES!!!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Beato Francisco Marto, vidente de Fátima

Francisco, nascido numa povoação chamada Aljustrel, pertencente à paróquia de Fátima, em Portugal, no dia 11 de Junho de 1908, era filho de Manuel Pedro Marto e de Olímpia de Jesus Marto, modestos agricultores e bons cristãos; no dia 20 do mesmo mês, recebido o baptismo, tornou-se membro do povo da nova aliança. 


De carácter dócil e condescendente, recebeu com fruto a boa educação que os pais lhe deram. Em casa, começou a conhecer e a amar a Deus, a rezar, a participar nas sagradas funções paroquiais, a ajudar o próximo necessitado, a ser sincero, justo, obediente e diligente. Viveu em paz com todos, quer adultos quer da mesma idade. Não se irritava quando o contrariavam e nos jogos não encontrava dificuldades em se adequar à vontade dos outros. Era sensível à beleza da natureza, que contemplava com sensibilidade e admiração; deleitava-se com a solidão dos montes e ficava extasiado perante o nascer e pôr do sol. Chamava ao sol «candeia de Nosso Senhor» e enchia-se de alegria ao aparecerem as estrelas que designava «candeias dos Anjos». Era de tal inocência que dizia que ao chegar ao céu havia de colocar azeite na candeia da Virgem Maria. 


Logo que pôde, quando atingiu a idade de cerca de seis anos, foi-lhe confiada a guarda do rebanho, que diariamente pastoreava; segundo o costume, saía de manhã cedo com a sacola levando o alimento e a flauta, com a qual se divertia, e tornava a casa ao pôr do sol. Muitas vezes era acompanhado pela irmãzinha Jacinta e ambos se reuniam com a prima Lúcia de Jesus dos Santos, que guardava também as suas ovelhas. Estas crianças declararam ter visto três vezes um anjo no ano de 1916. Este acontecimento inesperado e imprevisto constitui para Francisco o início duma experiência espiritual mais generosa, mais eficaz e mais intensa de dia para dia. De repente começou a tornar-se mais piedoso e taciturno; recitava frequentemente a oração ensinada pelo anjo; estava disposto a oferecer sacrifícios pela salvação dos que não acreditam, não esperam e não amam. 

Do dia 13 de Maio até ao dia 13 de Outubro de 1917, algumas vezes, juntamente com a Jacinta e a Lúcia, foi-lhe concedido o privilégio de ver a Virgem Maria na Cova da Iria. A partir daí, inflamado cada vez mais no amor a Deus e às almas, tinha uma só aspiração: rezar e sofrer de acordo com o pedido da Virgem Maria. Se extraordinária foi a medida da benignidade divina para com ele, extraordinária foi também a maneira como ele quis corresponder à graça divina na alegria, no fervor, e na constância. Não se limitou apenas a ser como que um mensageiro do anúncio, da penitência e da oração, mas, mais do que isso, com todas as suas forças, conformou a sua vida com a mensagem que ele anunciou mais com a bondade das obras do que com palavras. 

Costumava dizer: «Que belo é Deus, que belo! Mas está triste por causa dos pecados dos homens. Eu quero consolá-lo, quero sofrer por seu amor». 
Manteve este propósito até ao fim. Durante as aparições suportou com espírito inalterável e com admirável fortaleza as más interpretações, as injúrias, as perseguições e mesmo alguns dias de prisão. Resistiu respeitosa e fortemente à autoridade local que tudo tentou para conhecer o «segredo» revelado pela Virgem Santíssima às três crianças, infundindo coragem simultaneamente à irmã e à prima. Todas as vezes que o ameaçavam com a morte respondia: «se nos matarem não importa: vamos para o céu». 
Já antes das aparições rezava, porém depois, movido por um espírito de fé mais vivo e amadurecido, tomou consciência de ser chamado e de se entregar zelosa e constantemente ao dever de rezar segundo as intenções da Virgem Maria. Procurava o silêncio e a solidão para mergulhar totalmente na contemplação e no diálogo com Deus. 
Participava na missa dos dias festivos e quando podia também nos feriais. Nutriu uma especial devoção à Eucaristia e passava muito tempo na igreja, adorando o Santíssimo Sacramento do altar a que chama «Jesus escondido». Recitava diariamente os quinze mistérios do Rosário e muitas vezes mais, a fim de satisfazer o desejo da Virgem; para isso gostava de juntar orações e jaculatórias, que tinha aprendido no catecismo e que o Anjo, a Virgem Santíssima e piedosos sacerdotes lhe tinham ensinado. Rezava para consolar a Deus, para honrar a Mãe do Senhor, que muito amava, para ser útil às almas que expiam as penas no fogo do purgatório, para auxiliar o Sumo Pontífice no seu importante múnus de pastor universal; rezava pelas necessidades do mundo transtornado pelo pecado; rezava pela Igreja e pela salvação eterna das almas. Rezava sozinho, com os familiares, com os peregrinos, manifestando um profundo recolhimento interior e uma confiança segura na bondade divina. 
Como tivesse sabido da Virgem Maria que a sua vida iria ser breve, passava os dias na ardente expectativa de entrar no céu. E de facto tal expectativa não foi longa. Com efeito, apesar de ser robusto e de gozar de boa saúde, em Outubro do ano de 1918 foi atingido pela grave epidemia bronco-pulmonar chamada «espanhola». Do leito em que caiu não chegou a levantar-se; pelo contrário, no ano de 1919, o seu estado de saúde agravou-se. Sofreu, com íntima alegria, a sua enfermidade e as suas enormes dores, em oblação a Deus. À Lúcia que lhe perguntava se sofria, respondeu: «Bastante, mas não me importa. Sofro para consolar Nosso Senhor e em breve irei para o céu». No dia 2 de Abril, recebeu santamente o sacramento da Penitência e no dia seguinte foi finalmente alimentado com o Corpo de Cristo, como Santo Viático. Ao despedir-se dos presentes prometeu rezar por eles no céu. 
Entrou piedosamente na vida eterna, que veementemente desejara, no dia 4 de Abril de 1919. Foi sepultado no cemitério de Fátima, mas depois as suas relíquias foram transladadas para o Santuário, que entretanto fora construído onde a Virgem aparecera.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Mulheres sacerdotisas


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Mulheres sacerdotisas, celibato e poder de Roma
O cardeal Mauro Piacenza, prefeito da Congregação para o Clero, em entrevista.


Eminência, com surpreendente periodicidade, há várias décadas, voltam a aparecer no debate público algumas questões eclesiais, sempre as mesmas. A que se deve este fenómeno?Cardeal Piacenza: Sempre, na história da Igreja, houve movimentos “centrífugos”, que tendem a “normalizar” a excepcionalidade do evento de Cristo e do seu Corpo vivente na história, que é a Igreja. Uma “Igreja normalizada” perderia toda a sua força profética, não diria mais nada ao homem e ao mundo e, de facto, trairia o seu Senhor.
A grande diferença da época contemporânea é doutrinal e midiática. Doutrinalmente, pretende-se justificar o pecado, não confiando na misericórdia, mas deixando-se levar por uma perigosa autonomia que tem o sabor do ateísmo prático; do ponto de vista midiático, nas últimas décadas, as fisiológicas “forças centrífugas” recebem a atenção e a inoportuna amplificação dos meios de comunicação que vivem, de certa maneira, de contrastes.
Deve-se considerar a ordenação sacerdotal das mulheres como uma “questão doutrinal”?Cardeal: Certamente, como todos sabem, a questão já foi tratada por Paulo VI e pelo Beato João Paulo II, e este, com a carta apostólica Ordinatio Sacerdotalis, de 1994, fechou definitivamente a questão.
De facto, afirmou: “Com o fim de afastar toda a dúvida sobre uma questão de grande importância, que diz respeito à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar na fé os irmãos, declaro que a Igreja não tem, de forma alguma, a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que este ditame deve ser considerado como definitivo por todos os fiéis da Igreja”. Alguns, justificando o injustificável, falaram de uma “definitividade relativa” da doutrina até esse momento, mas, francamente, esta tese é tão inusual que carece de qualquer fundamento.

Então, não há lugar para as mulheres na Igreja?Cardeal P: Pelo contrário: as mulheres têm um papel importantíssimo no corpo eclesial e poderiam ter outro mais evidente ainda. A Igreja foi fundada por Cristo e não podemos determinar, nós, os homens, o seu perfil; portanto, a constituição hierárquica está ligada ao sacerdócio ministerial, que está reservado aos homens. Mas absolutamente nada impede de valorizar o génio feminino em papéis que não estão ligados estreitamente ao exercício da ordem sagrada. Quem impediria, por exemplo, que uma grande economista fosse chefe da Administração da Sé Apostólica, ou que uma jornalista competente se tornasse porta-voz da Sala de Imprensa da Santa Sé?
Os exemplos podem-se multiplicar em todos os desempenhos não vinculados à ordem sagrada. Há uma infinidade de tarefas em que o género feminino poderia realizar uma grande contribuição! Outra coisa é conceber o serviço como um poder e procurar, como o mundo faz, as “cotas” de tal poder. Considero, além disso, que o menosprezo do grande mistério da maternidade, que está a ser realizado nesta cultura dominante, tenha um papel muito importante na desorientação geral que existe com relação à mulher. A ideologia do lucro reduziu e instrumentalizou as mulheres, não reconhecendo a maior contribuição que estas, indiscutivelmente, podem dar à sociedade e ao mundo.
A Igreja, além disso, não é um governo político no qual é justo reivindicar uma representação adequada. A Igreja é outra coisa, a Igreja é o Corpo de Cristo e, nela, cada um é membro segundo o que Cristo estabeleceu. Por outro lado, a Igreja não é uma questão de papéis masculinos ou femininos, mas de papéis que implicam, por vontade divina, a ordenação ou não. Tudo o que um fiel leigo pode fazer, uma fiel leiga também pode fazer. O importante é ter a preparação específica e a idoneidade; ser homem ou mulher não é relevante.
Mas pode haver uma participação real na vida da Igreja, sem atribuições de poder efectivo e de responsabilidade?Cardeal: Quem disse que a participação na Igreja é uma questão de poder? Se fosse assim, cometeriam o grande erro de conceber a própria Igreja não como é, divino-humana, mas simplesmente como uma das muitas associações humanas, talvez a maior e mais nobre, pela sua história; e deveria ser “administrada” distribuindo-se o poder.
Nada mais longe da realidade! A hierarquia da Igreja, além de ser de directa instituição divina, deve ser entendida sempre como um serviço à comunhão. Somente um erro, derivado historicamente da experiência das ditaduras, poderia conceber a hierarquia eclesiástica como o exercício de um 'poder absoluto”. Que perguntem isso a quem está chamado a colaborar com a responsabilidade pessoal do Papa pela Igreja universal! São tais e tantas as mediações, consultas, expressões de colegialidade real, que praticamente nenhum acto de governo é fruto de uma vontade única, mas sempre o resultado de um longo caminho, em escuta do Espírito Santo e da preciosa contribuição de muitos.
A colegialidade não é um conceito sociopolítico, mas deriva da comum Eucaristia, do affectus que nasce do alimentar-se do único Pão e do viver da única fé, do estar unidos a Cristo, Caminho, Verdade e Vida. E Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre!
Não é muito o poder que Roma ostenta?Cardeal: Dizer “Roma” significa simplesmente dizer “catolicidade” e “colegialidade”. Roma é a cidade que a providência escolheu como lugar do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo e o que a comunhão com esta Igreja significou sempre na história: comunhão com a Igreja universal, unidade, missão e certeza doutrinal. Roma está ao serviço de todas as Igrejas e muitas vezes protege as Igrejas que estão em dificuldade pelos poderes do mundo e por governos que nem sempre são plenamente respeitosos com o imprescindível direito humano e natural que é a liberdade religiosa.
A Igreja deve ser considerada a partir da constituição dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II, incluída, obviamente, a nota prévia ao documento. Lá, está descrita a Igreja das origens, a Igreja dos Padres, a Igreja de todos os séculos, que é a nossa Igreja de hoje, sem descontinuidade, a Igreja de Cristo. Roma está chamada a presidir na caridade e na verdade, únicas fontes reais da autêntica paz cristã. A unidade da Igreja não é o compromisso com o mundo e sua mentalidade, mas o resultado, dado por Cristo, da nossa fidelidade à verdade e da caridade que seremos capazes de viver.
Parece-me significativo, a este respeito, o facto de que hoje só a Igreja, como ninguém, defende o homem e a sua razão, a sua capacidade de conhecer a realidade e entrar em relação com isto; em resumo, o homem na sua integridade. Roma está a pleno serviço da Igreja de Deus que está no mundo e que é uma “janela aberta” ao mundo, janela que dá voz a todos os que não a têm, que convida todos a uma contínua conversão e, por isso, contribui – muitas vezes no silêncio e com o sofrimento, pagando às vezes com a sua impopularidade – para a construção de um mundo melhor, para a civilização do amor.
Este papel de Roma não obstaculiza a unidade e o ecumenismo?Cardeal: O ecumenismo é uma prioridade na vida da Igreja e uma exigência absoluta que provém da própria oração do Senhor: “Ut unum sint”, que se converte, para todo o cristão, num “mandamento da unidade”. Na oração sincera e no espírito de contínua conversão interior, na fidelidade à própria identidade e na comum tensão da perfeita caridade dada por Deus, é necessário comprometer-se com convicção para que não haja contratempos no caminho do movimento ecuménico.
O mundo precisa da nossa unidade; portanto, é urgente continuar comprometendo-nos no diálogo da fé com todos os irmãos cristãos, para que Cristo seja o fermento da nossa sociedade. E também é urgente comprometer-se com os não-cristãos, isto é, no diálogo intercultural, para contribuir unidos para construir um mundo melhor, colaborando nas obras de bem e para que uma sociedade nova e mais humana seja possível. Roma, também nesta terra, tem um papel de propulsão único. Não há tempo para nos dividirmos: o tempo e as energias devem ser empregados para unir-nos.
Nesta Igreja, quem são e que papel têm os sacerdotes de hoje?Cardeal: Não são nem assistentes sociais nem funcionários de Deus! A crise de identidade é especialmente aguda nos contextos mais secularizados, nos quais parece que não há lugar para Deus. Os sacerdotes, no entanto, são os de sempre: são o que Cristo quis que fossem! A identidade sacerdotal é cristocêntrica e, portanto, eucarística.
Cristocêntrica porque, como o Santo Padre recordou tantas vezes, no sacerdócio ministerial, “Cristo atrai-nos dentro de Si”, envolvendo-se connosco e envolvendo-nos na sua própria existência. Tal atracção “real” acontece sacramentalmente – portanto, de maneira objectiva e insuperável –, na Eucaristia, da qual os sacerdotes são ministros, isto é, servos e instrumentos eficazes.

É tão insuperável a lei sobre o celibato? Realmente não pode ser mudada?Cardeal: Não se trata de uma simples lei! A lei é consequência de uma realidade muito alta, que acontece somente na relação vital com Cristo. Jesus diz: “Quem tiver ouvidos, que ouça”. O sagrado celibato não se supera nunca, é sempre novo, no sentido de que, através disso, a vida dos sacerdotes se “renova”, porque se dá sempre numa fidelidade que tem em Deus a sua raiz e no florescer da liberdade humana, o próprio fruto.
O verdadeiro drama está na incapacidade contemporânea de realizar as escolhas definitivas, na dramática redução da liberdade humana, que se converteu em algo tão frágil, que não busca o bem nem sequer quando este é reconhecido e intuído como possibilidade para a própria existência. O celibato não é o problema; e as infidelidades e fraqueza dos sacerdotes não podem constituir um critério de juízo.
No demais, as estatísticas dizem que mais de 40% dos casamentos fracassam. Entre os sacerdotes, estamos em menos de 2%. Portanto, a solução não está, de forma alguma, na opcionalidade do sagrado celibato. Não será talvez questão de deixar de interpretar a liberdade como “ausência de vínculos” e de definitividade, e começar a redescobrir que, na definitividade do dom ao outro e a Deus consiste a verdadeira realização e felicidade humanas?
E as vocações? Não aumentariam, se abolissem o celibato?Cardeal: Não! As confissões cristãs nas quais, não existindo o sacerdócio ordenado, não existe a doutrina e a disciplina do celibato, encontram-se num estado de profunda crise com relação às “vocações” de guia da comunidade – da mesma maneira que há crises do sacramento do matrimónio uno e indissolúvel.
A crise da qual, na verdade, se está a sair lentamente, está ligada, fundamentalmente, à crise da fé no Ocidente. O que é preciso é comprometer-se a fazer a fé crescer. Este é o ponto. Nos mesmos ambientes, está em crise a santificação das festas, está em crise a confissão, está em crise o casamento, etc. O secularismo e a conseguinte perda do sentido do sagrado, da fé e da sua prática, determinaram e determinam também uma importante diminuição do número dos candidatos ao sacerdócio.
A estas razões teológicas e eclesiais acrescentam-se algumas de carácter sociológico: a primeira de todas é a notável diminuição da natalidade, com a conseguinte diminuição dos jovens e das jovens vocações. Também este é um factor que não pode ser ignorado. Tudo está relacionado. Às vezes, estabelecem-se premissas e depois não se quer aceitar as consequências, mas estas são inevitáveis.
O primeiro e irrenunciável remédio para a diminuição das vocações foi sugerido pelo próprio Jesus: “Orai, portanto, ao dono da messe, para que envie operários para a sua messe” (Mt 9, 38). Este é o realismo da pastoral das vocações. A oração pelas vocações – uma intensa, universal, dilatada rede de oração e de adoração eucarística, que envolva todas as pessoas – é a verdadeira e única resposta possível para a crise da resposta às vocações. Onde este comportamento orante é vivido de forma estabelecida, pode-se afirmar que se leva a cabo uma recuperação real.
É fundamental, além disso, prestar atenção à identidade e especificidade na vida eclesial, de sacerdotes, religiosos – estes na peculiaridade dos carismas fundacionais dos próprios institutos de pertença – e fiéis leigos, para que cada um possa, na verdade e na liberdade, compreender e acolher a vocação que Deus pensou para ele. Mas cada um deve ser autêntico e cada dia deve comprometer-se em tornar-se o que é.
Neste momento histórico, se o senhor tivesse que resumir a situação geral, o que diria?Cardeal: O nosso programa não pode ser influenciado por querer estar por cima a todo custo, de querer sentir-nos aplaudidos pela opinião pública: nós devemos somente servir, por amor e com amor, o nosso Deus no nosso próximo, seja ele quem for, conscientes de que o Salvador é somente Jesus. Devemos deixá-lo passar, deixá-lo agir através das nossas pobres pessoas e do nosso compromisso quotidiano. Devemos colocar o que é “nosso”, mas também o que é “seu”. Nós, diante das situações aparentemente mais desastrosas, não nos devemos assustar. O Senhor, na barca de Pedro, parecia dormir, parecia! Devemos agir com energia, como se tudo dependesse de nós, mas com a paz de quem sabe que tudo depende do Senhor.
Portanto, devemos recordar que o nome do amor, no tempo, é “fidelidade”! O crente sabe que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, e não é “um” caminho, “uma” verdade, “uma” vida. Portanto, a coragem da verdade, pagando o preço de receber insultos e desprezo, é a chave da missão na nossa sociedade; é esta coragem que se une ao amor, à caridade pastoral, que deve ser recuperada e que torna fascinante, hoje mais do que nunca, a vocação cristã. Cito o programa formulado sinteticamente em Stuttgart pelo Conselho da Igreja Evangélica em 1945: “Anunciar com mais coragem, rezar com mais confiança, crer com mais alegria, amar com mais paixão”.

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