Se há país no mundo onde a Igreja sofre, é a China.
Apesar de todos os anos haver milhares de novas conversões, o número de católicos na China não deverá exceder os 12 milhões numa população total que ultrapassa já os 1, 31 biliões de habitantes. Mas as autoridades sempre olharam para os crentes em Cristo com desconfiança. A tal ponto que foi até criada uma Igreja “oficial”, a Associação Patriótica Católica, controlada por Pequim, para afastar os cristãos de Roma, que se mantém fiéis ao Papa e que pertencem à chamada “Igreja clandestina”.
Se há país no mundo onde a Igreja tem sido mártir, é a China.
Ao longo de décadas, milhares de cristãos têm sido presos, internados em campos de reeducação, torturados e mortos. É uma longa história de martírio. Basta olhar para os dias de hoje para se compreender como é dramática esta realidade.
Ignora-se, por exemplo, o paradeiro do Bispo D. James Su Zhimin, de 77 anos, da Diocese de Baoding, desaparecido desde 1996, assim como se desconhece o que terá acontecido a D. Cosmas Shi Enxiang, de 88 anos, da Diocese de Yixian, desaparecido desde 2001.
Se há país no mundo onde a Igreja continua a ser perseguida, é a China.
A Igreja Católica na China é clandestina. As autoridades chinesas não reconhecem o Vaticano e, por isso, perseguem e prendem os seus fiéis, sacerdotes e bispos.
Pelo facto dos padres e religiosas clandestinos na China serem vigiados de perto, a Fundação AIS não pode falar nunca em casos concretos de projectos que estão em curso na China, ou dizer sequer o nome dos padres ou das irmãs que nos pedem ajuda. Publicar o nome deles é condená-los, muito provavelmente, à prisão.
É uma questão de fidelidade, não apenas para os padres, mas também para as religiosas e os leigos!
«Fui baptizada em criança. durante a revolução Cultural, os católicos eram perseguidos. Espancaram-me e eu abandonei a fé. durante esses anos, não dei glória a Deus. Mas mesmo não tendo sido sempre fiel, acredito que Deus é o verdadeiro Deus.» | «O meu baptizado realizou-se na Igreja patriótica. Mais tarde, descobri que existem duas Igrejas, a patriótica e a clandestina. Por isso, comecei a rezar, pedindo a Deus que me fizesse compreender qual delas é a verdadeira igreja.» | «Leio a Bíblia com outras pessoas e converso com elas sobre a vida cristã. Faço visita a idosos e doentes. No Verão, dou aulas de catequese aos jovens, para ensinar os ensinamentos da Igreja. Em aldeias como estas, a maioria das pessoas não sabem nada sobre o Cristianismo, mas vêem como os católicos rezam com os doentes e isso ajuda-as a compreender que Deus nos ama.» |
O "P. Pedro" não tem casa. Transporta consigo, dentro de um saco, todos os seus pertences.
Numa aldeia do Norte da China, as pessoas trabalham na agricultura. São pobres. A água é preciosa. As casas não possuem aquecimento nem infra-estrutruras sanitárias. O P. Pedro (nome fictício para sua protecção) passa a vida a viajar de aldeia em aldeia. Não tem casa. Em 23 aldeias, as famílias dão-lhe abrigo durante uma ou duas noites. Transporta consigo, dentro de um saco, todos os seus pertences.
“Todos os dias, celebro a Missa, ouço confissões e visito os doentes. Passo um ou dois dias em cada aldeia. Aos Domingos há três ou quatro Missas em locais seleccionados, de modo a que muitas pessoas possam assistir. Somos perseguidos. A liberdade da Igreja ainda está muito longínqua na China. Mas temos de ter fé. Porque Jesus disse-nos ‘Não tenhais medo’. A Igreja de Roma foi perseguida durante 300 anos e, no final, conseguiu a liberdade.” diz-nos sorrindo.
O P. Pedro é padre católico há 12 anos. As suas visitas são sempre aguardadas com uma enorme ansiedade e entusiasmo pelos habitantes… consideram-no já um membro da família.
O PADRE PEDRO FAZ O QUE MILHARES DE SACERDOTES DA CHINA FAZEM… E É ILEGAL.
SÃO PADRES DA IGREJA CLANDESTINA!
Nas viagens da Fundação AIS à China, os sacerdotes repetem-nos como dependem dos Estipêndios de Missa. Alguns não possuem nenhum outro rendimento além das ofertas que os benfeitores da Fundação AIS lhes enviam para que celebrem uma Missa pelas suas intenções.
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