quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Prostrar-se: indica sempre adoração?


O fato de se curvar, seja para o que for, não implica automática e necessariamente, em um ato idólatra, ou num culto de adoração (latria), que é devido unicamente a Deus.

Temos que entender que há vários modos de se prostar perante outrem: quando se presta honras, quando alguém é digno de respeito. Para exemplificar pode-se citar os países monárquicos, ou mesmo no Brasil Imperial, onde as pessoas se curvavam ao imperador. Isso não é adoração.

É uma forma respeitosa, cerimoniosa, de demonstrar consideração elevada e submissão. Isso também acontecia com os reis citados na Sagrada Escritura.

Exemplos:

E, levantando Davi os seus olhos, viu o anjo do SENHOR, que estava entre a terra e o céu, com a sua espada desembainhada na sua mão estendida contra Jerusalém; então Davi e os anciãos, se prostraram sobre os seus rostos. (1Cr 21:16)

Então o SENHOR abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do SENHOR, que estava no caminho e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça, e prostrou-se sobre a sua face. (Num 22:31)

E sucedeu que, subindo a chama do altar para o céu, o anjo do SENHOR subiu na chama do altar; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram em terra sobre seus rostos. (Juízes 13:20)

Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra. (1Sm 25:23)

E mandou o rei Salomão, e o fizeram descer do altar; e veio, e prostrou-se perante o rei Salomão, e Salomão lhe disse: Vai para tua casa. (1Re 1:53)

Estando, pois, Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou; e Obadias, reconhecendo-o, prostrou-se sobre o seu rosto, e disse: És tu o meu senhor Elias? (1Re 18:7)

E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. (Mat 18:25-26)

Então saiu Moisés ao encontro de seu sogro, e inclinou-se, e beijou-o, e perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda. (Exo 18:7)

Os gentios se prostrariam à Jerusalém:

Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; e prostrar-se-ão às plantas dos teus pés todos os que te desprezaram; e chamar-te-ão a cidade do SENHOR, a Sião do Santo de Israel. (Is 60:14)

Josué se prostra perante um objeto santo:

Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do SENHOR até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças. (Jos 7:6)

Hebreus se prostraram ao Senhor e ao Rei:

Então disse Davi a toda a congregação: Agora louvai ao SENHOR vosso Deus. Então toda a congregação louvou ao SENHOR Deus de seus pais, e inclinaram-se, e prostraram-se perante o SENHOR, e o rei. (1Cr 29:20)

Nesta passagem aparecem justamente dois atos semelhantes, porém com sentidos e razões diferentes: eles se prostram a Deus, para adorá-lo, mas também ao Rei, para reverenciá-lo.


Objeções

São João se prostrou ao anjo e foi repreendido:

E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. (Apo 22:8)

São João se prostrou para adorar o anjo e por isso foi repreendido pelo próprio anjo:

E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus. (Apo 22:9)

Nesse caso, a repreensão a São João não foi pelo fato dele se prostrar perante o anjo, mas em fazer isso para adorar o anjo. Nos casos anteriores prostraram-se perante o anjo, mas não para adorá-lo. E então não sofreram repreensão nenhuma.

Cornélio se prostrou a Pedro e foi repreendido:

E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem. (At 10:25-26)

Cornélio se prostra para adorar São Pedro e não simplesmente reverenciá-lo; por isso foi repreendido.

Conclusão

Quando prestamos devida reverência às imagens sagradas, estamos apenas mostrando um respeito pelo que eles representam e não adorando as mesmas como ídolos.

Nem toda vez que nos prostramos é um ato de adoração. Por isso a Igreja não repreende quando se ajoelha diante de um altar, de uma relíquia, de uma imagem ou diante até mesmo de uma pessoa.

Mas, a genuflexão, como ato de adoração, só se deve fazer a Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus, Nosso Senhor.

Fonte: Adaptação feita de http://www.apologistascatolicos.com.br/ADF

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