sexta-feira, 6 de maio de 2011

Paquistão: Comunidade cristã em alerta após morte de Bin Laden


A notícia da morte de Bin Laden, o líder máximo da Al Qaeda, deixou em alerta máximo a comunidade cristã no Paquistão. O medo de represálias levou ao encerramento de escolas e outros institutos cristãos, assim como obrigou a que as igrejas e os bairros onde vivem os cristãos estejam agora sob vigilância.

O líder de Al Qaeda foi morto no passado domingo por um comando de forças especiais norte-americanas numa operação militar em Abbottabad, a cerca de 60 km de Islamabad.

As autoridades decretaram especiais medidas de segurança em Islamabad, Lahore, Karachi, Multan e ainda em outros centros urbanos, temendo-se acções violentas de represália contra alvos cristãos por parte de grupos radicais talibãs. Os cristãos serão um grupo particularmente vulnerável pois têm vindo a ser identificados, na propaganda talibã, com os ocidentais e com os americanos.

Paul Bhatti, Conselheiro Especial do governo para as minorias religiosas – irmão do assassinado Shabbaz Bhatti, o cristão que ocupava a pasta das Minorias Religiosas no Paquistão – confirmou entretanto à agência Fides que “a situação está tensa” no país. “Existem realmente fortes temores de reacções, completamente insensatas, contra as minorias cristãs. O governo está a dar a máxima atenção às medidas de prevenção”.

O Pe. Mário Rodrigues, Director das Pontifícias Obras Missionárias no Paquistão e residente a Karachi, confirma estes dados. “As autoridades alertaram-nos, pedindo que fechássemos os nossos institutos e disponibilizando mais agentes da polícia para serem colocados diante das igrejas. Os cristãos no Paquistão são vítimas inocentes, inclusivamente nesta situação. Qualquer pretexto é valido para ameaçá-los ou justificar ataques”.^

Sobre as consequências a longo prazo da morte do líder de Al Qaeda, o padre Rodrigues afirma a sua convicção de que “a intolerância e os grupos islâmicos radicais florescem no país, e outros líderes extremistas poderão impor-se e prosseguir acções terroristas”.

Por isso, defende, “é preciso uma política séria de combate ao extremismo islâmico por parte do Estado, a todos os níveis: na cultura, na instrução, ao nível social, mas também ao nível político e legislativo”.

Departamento de Informação da Fundação AIS

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