segunda-feira, 19 de setembro de 2011

É impossível fixar com precisão a época em que se começou a usar a medalha de São Bento, mas podemos determinar as circunstâncias que ajudaram sua pro


Em 1647, em Nattremberg, na Alemanha, umas feiticeiras, acusadas de terem feito malefícios contra os habitantes da região, foram presas por ordem da autoridade pública.

Na instrução do processo, eles declararam que suas supersticiosas maquinações sempre ficavam sem resultado nos lugares que estivesse presente a imagem da Santa Cruz; acrescentaram que nunca tinham conseguido exercer poder algum contra a abadia de Metten, de onde concluíram que tal impotência se devia a alguma Cruz que protegia aquele mosteiro.

Biblioteca do Monastério de Metten
As autoridades consultaram os Beneditinos de Metten sobre essa particularidade. Fizeram-se pesquisas na abadia e notaram-se nas paredes muitas representações da Santa Cruz, acompanhadas dos caracteres que estão reproduzidos na medalha de São Bento . Eram de época remota aqueles sinais, e muito tempo havia já que ninguém lhes prestava mais atenção.

Faltava explicar os tais caracteres, cujo sentido se tinha perdido; só eles é que podiam revelar a intenção com que aquelas cruzes ali haviam sido traçadas.

Depois de muitas investigações, afinal encontrou-se, na biblioteca da abadia, um manuscrito notável pela encadernação enriquecida com relíquias e pedras preciosas, o qual trazia, na primeira página, treze versos que indicavam ter sido o volume escrito e adornado por ordem do Abade Pedro, no ano de 1415.

O volume continha os Evangelhos acompanhados de outros escritos piedosos, assim como vários desenhos executados por um monge anônimo de Metten. Um dos desenhos representava São Bento, tendo na mão direita um bastão terminado por uma cruz, e na mão esquerda uma flâmula. Sobre o bastão e na flâmula liam-se precisamente os versos latinos cujas iniciais figuram hoje na medalha de São Bento.

Assim, os versos da medalha não eram simplesmente obra ignorada de um copista, as uma fórmula já honrada de certa celebridade, uma vez que só as iniciais de cada uma das palavras que os compõem se achavam pintadas em diversos lugares na abadia de Metten, em redor da imagem da Cruz; e isto desde um tempo tão remoto que, em 1647, já se tinha perdido o significado dos caracteres.

O acontecimento de Nattremberg despertou a devoção dos povos para com São Bento representado com a Santa Cruz. Foi então que, para os fiéis poderem gozar da proteção prometida aos que veneram a Santa Cruz em união com o santo Patriarca, a piedade pensou em multiplicar e propagar os augustos símbolos que se acham reunidos na medalha.

Da Alemanha, onde primeiramente se cunhou a medalha, foi-se ela espalhando com rapidez por toda Europa católica, sendo considerada pelos fiéis como uma defesa segura contra os espíritos infernais.

Extraído do livro: “A vida maravilhosa e a Medalha de São Bento”/AASCJ

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