quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Santa Beatriz da Silva


Virgem e Fundadora

(Fundadora das Irmãs
Clarissas Concepcionistas)

* * * * *

Santa Beatriz da Silva nasceu em Ceuta, quando esta cidade pertencia a Portugal.
Possuía descendência real luso-espanhola, pertencendo à mais alta nobreza da Corte.
Como Condessa, costumava subir com muita frequência ao monte Hacho, com a finalidade de venerar Nossa Senhora de África, pois, desde a mais tenra idade, nutria grande veneração e amor à Imaculada Conceição.
Tinha 10 anos, quando o seu pai regressou a Portugal.

Foi no ano de 1447, que despediu-se do solar da família Ruiz da Silva e Meneses, com a finalidade de acompanhar, na qualidade de Dama de Honra, a Princesa Isabel de Portugal, que partiu para Castela, a fim de contrair Matrimónio com o Rei daquela nação, D. João II de Castela.

A Corte não tinha um lugar fixo, variando conforme as circunstâncias.
Às vezes, residia em Madrigal de Altas Torres, onde viria a nascer a princesa Isabel, a Católica.
Outras vezes, residia em Tordesilhas.
Tudo dependia das circunstâncias do ambiente cortesão, onde existia um clima de alguns perigos e intrigas.

Beatriz da Silva era uma pessoa de deslumbrante beleza.
Apesar de possuir sangue real, era uma graciosa donzela, que excedia todas as demais de seu tempo, em formosura e gentileza.
Isto fez com que a própria Beatriz se desse conta de que a sua rara beleza passara a ser motivo involuntário de constantes rivalidades entre os seus apaixonados pretendentes.

Muitos condes e duques tencionavam pedir a sua mão em casamento.
Havia acaloradas disputas e lances de amor por sua causa.
Mas Beatriz refugiava-se e permanecia em oração e silêncio.
Diante dessa incómoda circunstância, expressou que trocaria a sua aparência pela da mulher mais feia do mundo.

Pela sua extrema piedade, não tardou que o poder do mal, contra ela, lançasse seus furores.
Boatos maldosos surgiram, ao ponto de colocarem em dúvida as virtudes de Beatriz.
Foi quando começou a crescer na rainha ideias fantasiosas, acerca da fidelidade conjugal do Rei, que poderia deixar-se levar pela formosura de Beatriz e pela sua "má índole", cujas mentes maliciosas caluniosamente haviam propagado.

Cega de ciúmes, a rainha, extremamente encolerizada, decidiu investir contra ela de maneira violenta.
Um dia, fez-se acompanhar de Beatriz a um sótão escuro e empurrou-a para dentro dum grande cofre, que foi fechado à chave.
Dias depois, abriu a arca e, esperando encontrar um cadáver, achou Beatriz viva e com perfeita saúde.
Este cofre encontra-se preservado, até hoje, junto ao Convento de Santa Clara, em Tordesilhas.

Então, Beatriz decidiu fugir das intrigas da corte.
Dirigiu-se a Toledo e foi aceite no Mosteiro de S. Domingos.
Não abraçou a vida monástica, mas seguiu o mesmo estilo de vida das monjas, durante um período de 30 anos.

Nessa época, Isabel (a Católica), na condição de nova rainha, que às vezes acompanhava a sua mãe, em Arévalo, costumava, embora com alguma dificuldade, visitar Beatriz.
Nutrindo grande admiração por ela, concedeu-lhe o Palácio de Galiana e o Mosteiro de Santa Fé.

Foi neste mosteiro que Beatriz ingressou, com doze religiosas, depois de 30 anos de espera, com o nome de Maria Imaculada, onde fundou a sua Ordem contemplativa e franciscana da Concepção (Clarissas Concepcionistas).
A Congregação expandiu-se rapidamente, tanto na Europa quanto na América.

O Papa Inocênio VII foi quem aprovou a Bula, no ano de 1489.
Em 1491, a Bula foi levada solenemente da Catedral de Toledo até ao Mosteiro de Santa Fé.

Poucos dias depois, Beatriz caiu gravemente enferma.
Apenas no seu leito de morte, recebeu o hábito religioso e pronunciou os Votos, como Madre Fundadora da Ordem.
Ao ungirem a sua fronte, milagrosamente apareceu uma estrela, sendo este o motivo porque, nos quadros e imagens, a sua figura de Santa é representada com uma estrela na testa.

Santa Beatiz partiu para a Eternidade em 17 de Agosto de 1491.
Foi declarada Beata por Pio XI, em 1926, e canonizada cinquenta anos depois, em 1976, pelo Papa Paulo VI.

* * * * *

R E F L E X Õ E S

A vida de Santa Beatriz e o meio em que ela viveu, as lutas que travou, a sua humildade e paciência, proporcionaram à humanidade o desabrochar duma Ordem Religiosa extraordinária.
Dotada de grandes Virtudes cristãs, permaneceu, desde criança até à morte, em fidelidade extrema aos ensinamentos cristãos, nutridos pelo grande amor que tinha pela Imaculada Conceição de Nossa Senhora.
E ainda antes de se lhe fecharem os olhos deste mundo, viu a sua Ordem Religiosa, recém-fundada, a ser aprovada canonicamente.

Santa Beatriz, nas adversidades, procurava o recolhimento e a oração.
E não se deixou levar: nem pelas honrarias, nem pelos prazeres da vida, nem pela sua extrema beleza.
A sua Vida foi de total entrega aos Preceitos cristãos, reforçada pelo Amor ardente que tinha à Santíssima Virgem.

As circunstâncias especiais da sua geração e origem levam-nos a perguntar, hoje:
Onde estão todos os condes e duques, que perderam o seu precioso tempo, não só cobiçando, mas entregando-se em acaloradas disputas e rivalidades, por causa das apaixonadas pretensões que tinham por Santa Beatriz?
Onde estão os membros da corte real, os reis e rainhas da sua época?
Em contrapartida, onde está agora Santa Beatriz, assim como todas as Irmãs que um dia fizeram parte do grémio da Congregação das Concepcionistas?

Aprofundemo-nos mais um pouco:
Onde estão todas as pessoas que, já tendo falecido, se divertiram, brigaram, casaram, separaram, trabalharam, entregando-se a vícios e paixões; ou que, pelo contrário, viveram santamente?

Não é verdade que todos esses corpos, desde a Criação do mundo até há uns anos atrás, viraram cadáveres, mas cujas almas partiram, umas para a Vida eterna, outras para a perdição eterna?

A vida terrena é muito curta.
Se tivermos sorte, conseguiremos chegar aos efémeros 80 anos.
Mas daqui a não muito tempo, tal como todas pessoas que nos precederam, iremos também tombar na terra, desaparecendo neste mundo, indubitavelmente.

Jesus Cristo não veio ao mundo por acaso, nem se deixou crucificar por brincadeira, mas encarnou, sofreu e morreu, por uma causa importantíssima!
Verdadeiramente, Ele veio trazer-nos todos os meios e instrumentos de Salvação eterna.
Não percamos, pois, nenhum minuto do nosso preciosíssimo tempo, com paixões, contendas, rivalidades inúteis, apegos materiais, prazeres e vaidades ilusórios e passageiros.

Só uma coisa nos deve importar:
Praticarmos os ensinamentos de Cristo e vivermos os ensinamentos da Santa Igreja, transmitindo este precioso Tesouro aos nossos filhos, assim como a outras pessoas em geral.

Quem se entrega só ou principalmente às coisas vãs e terrenas, também deixará aos seus filhos essa mesma herança, que apenas pertence à terra, onde todos seremos sepultados.
O nossa alma segue para a Eternidade, mas todos os bens materiais permanecem na terra, perdendo-se com o tempo.

Quem, porém, procura praticar e ensinar os Preceitos de Deus e da Igreja, deixa aos filhos a mesma herança divina, abrindo-lhes o caminho para a Vida eterna.
Não pode haver, portanto, maior tesouro e melhor herança!

Santa Beatriz da Silva, assim como todos os Santos, desprezou as coisas terrenas e mesquinhas, porque a sua alma estava voltada só para os bens eternos e divinos.

* * *

Peçamos à Santíssima Virgem, de quem Santa Beatriz era fiel devota, que interceda junto ao Divino Espírito Santo, a fim de nos proporcionar um claro discernimento entre as coisas da terra e as coisas do Alto, entre a santidade e o pecado, entre a vida e a morte, entre a verdade e a mentira, entre o bem e o mal.
Peçamos-lhe, enfim, para que a nossa visão não se deixe ofuscar pelas coisas efémeras, mas para que seja cristalina para as coisas de Deus, a fim de podermos ser uma lâmpada sobre a mesa, alumiando todas as pessoas do nosso convívio.
Luz como a Estrela que foi Santa Beatriz, escolhida por Deus para iluminar o mundo.
Assim seja.

+ Santa Beatriz da Silva, rogai por nós!

Fonte: Blog Nova Evangelização Católica

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