segunda-feira, 8 de agosto de 2011

“Você acredita em Deus?”

Com esta pergunta, a jornalista terminava uma longa entrevista com um conhecido esportista nacional.

A resposta que ele lhe deu chama muita atenção, porque expressa o que muita gente pensa a respeito do problema do mal. O drama e a angústia do esportista são a angústia e o drama de inúmeras pessoas, em situações, épocas e lugares diferentes:

“É difícil dizer que acredito em Deus. Quanto mais desgraças vejo na vida, menos acredito em Deus. É uma confusão na minha cabeça; não encontro explicação para o que acontece. Por que é que meu filho nasce em berço de ouro, enquanto outro, infeliz, nasce para sofrer, morrer de doença, e há tudo isso de triste que a gente vê na vida? É uma coisa que não entendo e, como não tenho explicação, é difícil de acreditar em um Ser superior.”

O mal, o sofrimento e a doença fazem parte de nossa vida diária. As dores, as angústias e as maldades são tão freqüentes em nosso mundo e até parecem ser decorrências obrigatórias da realidade. Fôssemos colocar em uma biblioteca todos os livros já escritos para tentar explicar o porquê desses fatos, ficaríamos surpresos com a quantidade.

Para o católico, mais do que um culpado, o mal tem uma causa: o livre arbítrio. Fomos criados inteligentes e livres, com a possibilidade de escolher nossos caminhos. Podemos, pois, agir tanto para o bem, quanto para o mal. Se não tivéssemos inteligência e vontade, não existiria o mal no mundo; se fossemos meros robôs, também não. Por outro lado, sem liberdade não haveria o bem e nem saberíamos o que é uma virtude, tanto natural quanto sobrenatural. Também não conheceríamos o sentido de palavras como gratidão, amizade, lealdade e benevolência.

O mal, contudo, nem sempre é feito com inteira consciência e às vezes até involuntariamente. Quanto sofrimento resulta de uma imprudência! Poderíamos recordar os motoristas que abusam da velocidade ou que dirigem embriagados, e acabam matando ou mutilando pessoas. Não é por determinação de Deus que isso aconteça. Mas Ele não intervém a todo momento para modificar as leis da natureza ou para corrigir erros humanos. Não impedirá sempre, por exemplo, que o gás que ficou ligado na casa fechada asfixie o idoso que ali dorme.

O que mais nos angustia, talvez pela gravidade das conseqüências, é o mal causado pela violência, pelo ódio e pelo egoísmo. Os assassinatos e

“Deus não intervém a todo momento para modificar as leis da natureza ou para corrigir erros humanos”.

roubos, os seqüestros e acidentes, as guerras desonestas e destruições são como que “pegadas” da passagem do homem pelo mundo. O mal acontece porque usamos de forma errada nosso livre arbítrio e recusamos obedecer e seguir as leis de Deus, expressas nos mandamentos. Por isso deixamo-nos levar pelo egoísmo e não construímos o mundo desejado por Deus para nós. Pelo contrário, estabelecemos uma situação cobiçada pelo demônio, para perdição eterna das almas.

Diante do mal, não podemos ter uma atitude de mera resignação. Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensina a lutar, combatendo o mal em suas causas. A prática do bem nos ajudará a construir – ou reconstruir – a civilização cristã.

Descobriremos, então, que somos muito mais responsáveis por nossos atos do que imaginamos. Fugir dessa responsabilidade, apenas procurando fora de nós a culpa dos erros é uma atitude cômoda, ineficiente e incoerente.

Devemos fazer a nossa parte, colocando nossas capacidades a serviço dos ideais cristãos. É uma tarefa exigente, sim, mas que nos dignifica e nos realiza como autênticos devotos da Santíssima Virgem Maria.

Baseado em http://arquidiocesedecampogrande.org.br/ADF

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