quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Cristo e o Judas de Leonardo da Vinci


Estava o grande pintor italiano Leonardo da Vinci (1452 – 1519) executando a sua famosa “Ùltima Céia” para refeitório dos Padres Dominicanos Maria delle Grazie em Milão. Já terminara todas as pessoas dos Apóstolos, faltando-lhe ainda a de Cristo e a de Judas. Entrando certa tarde numa igreja, ouviu uma belíssima voz de homem cantar as vésperas.

- Se o rosto corresponde à voz, deve ser um rosto bonito, disse o pintor. Pouco depois descia do coro um jovem de formosas feições. Pediu-lhe da Vinci o favor de segui-lo para o seu atelier a fim de servir de modelo para a cabeça de Cristo.

Assim se fez.

- Mas onde vou achar agora uma cabeça de Judas?

Só após dois anos de procura descobriu um homem com feições horríveis, em cujo rosto as mais degradantes paixões haviam aberto sulcos horripilantes. Estava sentado no bocal de poço quando passou o pintor.

- Então me quer pintar outra vez, perguntou o homem.

Da Vinci olhou desconfiado para o interlocutor:

- Então não me conhece? Há dois anos me copiou o rosto para Cristo! Fiquei agora assim por causa dos meus vícios… Mas se precisar de mim, estou às ordens.

O pintor reconheceu que o homem tinha mesmo uma cara digna de um traidor, e copiou-lhe as feições para o seu Judas o mesmo homem para modelo de Cristo e de Judas. Coisa espantosa! A que estado podem reduzir ao corpo as paixões não vencidas! E muito pior é com a alma. A alma, imagem viva de Cristo pelo Batismo, imagem de Satanás pelo pecado mortal. Que insulto para Cristo!

(A CATEQUESE ILUSTRADA PELA BIBLIA E EXEMPLOS – Pe. Miguel Méier S.J. – Edições A Nação – P. Alegre, RS – 1ª. edição, 1953, pp. 189 – 190)

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